Manifesto

Colour is a power which directly influences the soul. Colour is the keyboard, the eyes are the hammers, the soul is the strings.The artist is the hand that plays, touching one key or another, to cause vibrations in the soul.

Wassily Kandinsky , Concerning the Spiritual in Art, 1911.

Fotografia: modo de ver. Fotografia: modo de colorir. Fotografia: modo de vida. Se existe algo que
define a minha existência é o ato de transformar recortes da vida em fotografias. Imagens cristalizadas de um momento que – embora verdadeiro – é apenas um de entre tantas interpretações para a mesma coisa. Desde sempre, o equilíbrio do meu trabalho foi forjado nas múltiplas escolhas em um universo repleto de cores.
A combinação precisa, às vezes abusada, de cores que nem sempre deveriam estar juntas sempre foi o norte da minha forma de ver o mundo e meu modo de viver. Eu respiro, como, sonho, sinto cor. É algo que vai além do estudo estético e muito mais de como uma força instintiva e intuitiva, como marinheiros encontrando seu caminho no meio do oceano.
Nesse momento, mais do que nunca, me sinto totalmente absorvida pela ideia – como tão bem explicou Kandinsky – de que a cor afeta diretamente nossa alma. Ela ecoa em nossos sentimentos mais escondidos, ela retorna em forma de sentimento, pensamento e ação. Embora a maior parte do meu trabalhos seja comercial seu direcionamento é meu autorretrato, independentemente do tema.
A trajetória tem sido fruto de acasos e encontros, algo que também me faz acreditar que, apesar de planos, há sempre algo de inexplicável nas nossas escolhas que pode nos levar a caminhos distintos. Como se, por mais fatos e cálculos utilizados, haja algo de mágico rondando nossas decisões.